sábado, 2 de fevereiro de 2013

curtas (1)

- O burburinho acerca da nova música do The Strokes chega até a irritar. One Way Trigger pode até soar como tecnobrega para nós brasileiros acostumados com esse gênero, mas o que dirá um irlandês que nunca ouviu falar do estilo? Obviamente que Julian Casablancas e companhia estão cada vez mais adeptos do new wave. Isso pode ser bom ou ruim. Pra quem quer os Strokes de sempre, melhor se contentar com um Room On Fire. Pra quem quer novidade o disco novo pode servir de algo... (Comedown Machine será lançado dia 25 de março) Não que soar como new wave ou tecnobrega seja alguma novidade...

- Hoje me deparei com uma nova banda de indie rock chamada Dead Sons. Na descrição do site onde a encontrei dizia que a banda soava como Arctic Monkeys na época do aclamado disco Humbug. Só não esperava que a banda soasse exatamente igual aos macacos... A técnica vocal é praticamente idêntica a de Alex Turner e os falsetes de Matt Helders também estão lá. As guitarras se assemelham e utilizam os mesmos efeitos que Cook e Turner. Felizmente, as linhas de baixo e bateria são o que menos emulam Arctic Monkeys. A minha maior surpresa foi descobrir que a band Dead Sons também é originária de Sheffield...


- 2013 é o ano de lançamentos. Do tão aguardado terceiro disco do MGMT à inéditas de Jimi Hendrix. A seguir alguns artistas que já prometeram disco para esse ano: Alice In Chains, Wavves, Surfer Blood, Arcade Fire, Queens Of The Stone Age, David Bowie, Arctic Monkeys, Foals, Yeah Yeah Yeahs, Lana Del Rey, The Stooges, etc.

segunda-feira, 30 de julho de 2012


Planeje tudo com antecedência. Consiga o dinheiro necessário para o que havia planejado nas últimas quarenta e oito horas de sua estadia na cidade. Saia para comprar os ingressos e espere por ela uma hora antes do fim de seu expediente. Sua expectativa é grande, aliás, se trata de mais um filme do super-herói que marcou sua infância e que também decidiu sua carreira. Compre guloseimas das quais você sabe que ela não iria gostar, mas isso tudo a pedido dela. Compre seu milk-shake favorito e outro para ela sabendo que ela não conseguiria tomar tudo e posteriormente estaria fadado a beber o restante. Ache lugares de fácil acesso para a saída e mais confortáveis para um casal. Assista ao filme e também assista ela dormir e roncar aos seus braços. Sinta-se decepcionado, mas entenda que ela esteja cansada devido a sua nova rotina e necessite de descanso. Emocione-se no filme com cenas medianas e clichês. Perceba que em poucas horas sua realidade será outra e que logo você estará a quilômetros de tudo aquilo. Escute-a dizer que o filme é ruim e sinta seu mundo ruir perante seus pés. Escolte-a rapidamente até o ponto de ônibus e despeçam-se apenas com beijos curtos e poucas palavras. Esquente o frio em seu rosto com lágrimas quentes no caminho de volta. Ignore ligações até que você consiga terminar seu texto medíocre. Agora espere.

domingo, 27 de maio de 2012


Coisas simples que você nunca esqueceria. É notório que constantemente seu passado seja melhor que seu presente ou mesmo seu futuro. Não é possível prever o que vai acontecer, mas é fácil perceber. Pode até ser possível fazer um futuro da maneira que você quer. Mas nada resolve. Seu passado é melhor e a cada dia que passa você fica um passo atrás do que já foi antes. E não adianta nem acreditar que se lembra das coisas, porque você não se lembra. Pode se ler textos, pode se ver fotos e vídeos. Nada disso recupera o que passou. Nada disso substitui a decadência do seu presente e futuro. Alguns até defendem que as pessoas não mudam. Alguns defendem que a velha sensação de perda determina tudo. Pode se encontrar um ponto de equilíbrio para as duas opiniões. As pessoas não mudam e a sensação de perda as deixa ocupadas até que encontrem ou percam algo de melhor. É um dilema fácil de ser resolvido ou aceito. Não sei por que eu me encanaria tanto com isso. Não sei por que ainda espero que alguém vá me surpreender. Vejo-me agora apegado a fotos. Fixando-me em memórias cada vez mais imprecisas. Percebendo que eu já não sou o mesmo e sequer me lembro de como eu era antes. Encontrei meus motivos para acreditar que não existem verdades absolutas sobre nada. Amigos? Já me conscientizei também de que eu estou sozinho e provavelmente sempre foi assim. Se eu já me perguntei se alguém gostou tanto de mim? Sim. Ficaria menos iludido se eu acreditasse que as pessoas se odeiam e só exista amor próprio. Eu próprio não serviria de exemplo para tal mediocridade imposta por mim mesmo. Eu mesmo me atiro na contramão esperando que um atropelamento me acordasse desse suposto sonho.

domingo, 8 de janeiro de 2012

Todos esses prédios


Todos esses prédios. Todos esses prédios logo farão parte de um refrão de uma canção que não mais cantarei pelos próximos oito semestres. E o engraçado é que eu não fazia grande alarde ou questão de tocá-la. Nem mesmo me prendia ou encontrava motivos para executá-la, mesmo ela estando sempre a soar em algum lugar específico em meus ouvidos. Era como um zunido, um incomodo. Indubitavelmente necessário e aceitável.  O pior de tudo é que também soa muito familiar. Familiar a ponto de me ensurdecer e saciar uma fome de estar sempre próximo dessa canção. Recentemente ela me traz sempre uma risada sonora seguida de um sussurro que eu nunca ouvia antes e que agora não consigo me ver longe de tal sonoridade. Restará sofrer por esperar, mas esperar para não sofrer.

sábado, 5 de novembro de 2011

Discos memoráveis - Spectrals - Bad Penny (2011)

Pouco se sabe sobre o Spectrals, o recente projeto surf music, garage rock do talentoso músico inglês Louis James, de apenas vinte e um anos. A banda que agora vive uma certa ascensão com o lançamento de seu primeiro disco ainda é um pouco desconhecida no cenário indie mundial, mas já tem se apresentado em diversos shows pela Europa e já rendeu até mesmo artigos no semanário inglês NME. É impossível ouvir alguma canção do Spectrals e não assemelhar os vocais de Louis James com os de Alex Turner da banda também inglesa Arctic Monkeys... Já aviso que levarei esse post por um lado mais pessoal, pois se trata de uma das bandas favoritas de minha namorada e estamos freqüentemente escutando essas canções. Além do mais não tive dificuldades de me identificar com a sonoridade da banda, que para os leigos pode soar um pouco embolada pelo excesso de reverb em suas guitarras e vocais que também nos remetem a bailes da década de cinquenta. Não foi difícil que o disco se tornasse memorável para mim e quem sabe nos próximos meses não figure em alguma lista de melhores do ano?
O disco Bad Penny foi lançando dia 17 de outubro e contém 11 faixas compostas em um período em que Louis James se encontrava um tanto frustrado amorosamente. Canções melancólicas como Lockjaw, Many Happy Returns e Luck Is There To Be Pushed transmitem bem essa melancolia sentida por ele. Já as canções Get A Grip e Confetti mostram o quanto pode ser divertido estar com o coração partido.
Bad Penny não é nem de longe um álbum inovador, você provavelmente já ouviu tudo o que há nele antes. Porém essa sonoridade retrô certamente é o que Louis James mais queria. Nos seus quase trinta minutos de duração, o disco proporciona uma enorme nostalgia que nos remete a praias californianas ou até mesmo filmes divertidos que eram exibidos na década de noventa na Sessão da Tarde.

Escute: Lockjaw

sábado, 15 de outubro de 2011

Imagino que você chega em sua casa, coloca seus fones de ouvidos e mergulha numa situação de total esquecimento. Algo que descartasse qualquer momento feliz que passamos algumas horas ou minutos antes. Como um quebra-cabeças incompleto ou com peças trocadas que nunca completariam seu desenho desejado. Quem sabe você não esteja apenas fingindo não se importar para me atingir? Me esqueço sempre dessa típica situação feminina misteriosa e atordoante que busca um enfraquecimento masculino ou mesmo uma maneira fácil de nos adestrar e nos deixar com uma pulga atrás da orelha ou qualquer outra metáfora que se assemelhe com isso... O lance é que eu não quero abrir mão dessa sensação de insegurança enquanto eu não conseguir te decifrar. Seus olhos já me prenderam tanto de maneira que o caminho de volta é inacessível. Indesejado!

domingo, 9 de outubro de 2011

Discos Memoráveis - The Strokes - Is This It? (2001)

Pra começar esse blog criarei um seção sobre discos memoráveis em minha vida e espero que meus textos possam deixar os leitores instigados e com a mesma vontade que eu sempre tenho em ouvir os álbuns. O disco em questão pra inaugurar o blog é o já aclamado Is This It? do quinteto nova-iorquino The Strokes que por sinal comemorou uma década de lançamento esse ano. O debut já foi considerado a salvação do rock e quando eu o escutei pela primeia vez em 2002 não conhecia muita coisa sobre rock além de bandas como Nirvana e Red Hot Chili Peppers e pela minha falta de maturidade musical a audição do mesmo soou um tanto quanto indigesta e confusa para mim. Só alguns anos depois que consegui realmente digeri-lo bem, mas na primeira ocasião já tinha agradado das grudentas canções Last Nite e New York City Cops. Felizmente o disco abriu muitas portas musicais para mim a partir daí e é hoje um dos meus discos favoritos. A faixa inicial Is This It? pode enganar o ouvinte fazendo-o pensar que o restante do disco soaria na mesma proporção de calmaria como ela, mas a segunda canção The Modern Age prova o contrário e revela uma banda urgente e furiosa com uma pegada garageira evidentemente influenciada por bandas de seus conterrâneos nova-iorquinos The Velvet Underground e Ramones. As onze faixas do disco mostram muita coesão sonora e na maioria de suas letras, o vocalista e letrista Julian Casablancas nos remete a crises existenciais e relacionamentos amorosos desiquilibrados. Uma temática lírica extremamente necessária e que em outras palavras caiu como uma luva nas guitarras arrastadas de Albert Hammond. Jr, acompanhados dos riffs pegajosos de Nick Valensi, que provavelmente passou sua juventude ouvindo discos do The Cars. Melodias das quais somadas também as linhas de baixo extremamente precisas de Nikolai Fraiture marteladas pela bateria do italo-brasileiro Fabrizio Moretti se transformariam em hits da nova geração indie rock que se desencadearia a partir dos anos 2000 acompanhada de bandas como The Hives, The Vines e The White Stripes. Um bom exemplo da qualidade instrumental da banda se dá na canção Take It Or Leave It que encerra o disco com uma vontade iminente de escutar o álbum todo novamente. Vale lembrar que o disco foi considerado o álbum da década pelo semanário inglês NME e que em pouco tempo aclamou a banda por todo o mundo.

Escute: Hard To Explain.

P.S.: A banda será a principal atração do Festival Planeta Terra desse ano que ocorrerá no dia 5 de novembro e que contará também com bandas como Beady Eye, White Lies, Pete Bjorn & John, etc...