sábado, 5 de novembro de 2011

Discos memoráveis - Spectrals - Bad Penny (2011)

Pouco se sabe sobre o Spectrals, o recente projeto surf music, garage rock do talentoso músico inglês Louis James, de apenas vinte e um anos. A banda que agora vive uma certa ascensão com o lançamento de seu primeiro disco ainda é um pouco desconhecida no cenário indie mundial, mas já tem se apresentado em diversos shows pela Europa e já rendeu até mesmo artigos no semanário inglês NME. É impossível ouvir alguma canção do Spectrals e não assemelhar os vocais de Louis James com os de Alex Turner da banda também inglesa Arctic Monkeys... Já aviso que levarei esse post por um lado mais pessoal, pois se trata de uma das bandas favoritas de minha namorada e estamos freqüentemente escutando essas canções. Além do mais não tive dificuldades de me identificar com a sonoridade da banda, que para os leigos pode soar um pouco embolada pelo excesso de reverb em suas guitarras e vocais que também nos remetem a bailes da década de cinquenta. Não foi difícil que o disco se tornasse memorável para mim e quem sabe nos próximos meses não figure em alguma lista de melhores do ano?
O disco Bad Penny foi lançando dia 17 de outubro e contém 11 faixas compostas em um período em que Louis James se encontrava um tanto frustrado amorosamente. Canções melancólicas como Lockjaw, Many Happy Returns e Luck Is There To Be Pushed transmitem bem essa melancolia sentida por ele. Já as canções Get A Grip e Confetti mostram o quanto pode ser divertido estar com o coração partido.
Bad Penny não é nem de longe um álbum inovador, você provavelmente já ouviu tudo o que há nele antes. Porém essa sonoridade retrô certamente é o que Louis James mais queria. Nos seus quase trinta minutos de duração, o disco proporciona uma enorme nostalgia que nos remete a praias californianas ou até mesmo filmes divertidos que eram exibidos na década de noventa na Sessão da Tarde.

Escute: Lockjaw

sábado, 15 de outubro de 2011

Imagino que você chega em sua casa, coloca seus fones de ouvidos e mergulha numa situação de total esquecimento. Algo que descartasse qualquer momento feliz que passamos algumas horas ou minutos antes. Como um quebra-cabeças incompleto ou com peças trocadas que nunca completariam seu desenho desejado. Quem sabe você não esteja apenas fingindo não se importar para me atingir? Me esqueço sempre dessa típica situação feminina misteriosa e atordoante que busca um enfraquecimento masculino ou mesmo uma maneira fácil de nos adestrar e nos deixar com uma pulga atrás da orelha ou qualquer outra metáfora que se assemelhe com isso... O lance é que eu não quero abrir mão dessa sensação de insegurança enquanto eu não conseguir te decifrar. Seus olhos já me prenderam tanto de maneira que o caminho de volta é inacessível. Indesejado!

domingo, 9 de outubro de 2011

Discos Memoráveis - The Strokes - Is This It? (2001)

Pra começar esse blog criarei um seção sobre discos memoráveis em minha vida e espero que meus textos possam deixar os leitores instigados e com a mesma vontade que eu sempre tenho em ouvir os álbuns. O disco em questão pra inaugurar o blog é o já aclamado Is This It? do quinteto nova-iorquino The Strokes que por sinal comemorou uma década de lançamento esse ano. O debut já foi considerado a salvação do rock e quando eu o escutei pela primeia vez em 2002 não conhecia muita coisa sobre rock além de bandas como Nirvana e Red Hot Chili Peppers e pela minha falta de maturidade musical a audição do mesmo soou um tanto quanto indigesta e confusa para mim. Só alguns anos depois que consegui realmente digeri-lo bem, mas na primeira ocasião já tinha agradado das grudentas canções Last Nite e New York City Cops. Felizmente o disco abriu muitas portas musicais para mim a partir daí e é hoje um dos meus discos favoritos. A faixa inicial Is This It? pode enganar o ouvinte fazendo-o pensar que o restante do disco soaria na mesma proporção de calmaria como ela, mas a segunda canção The Modern Age prova o contrário e revela uma banda urgente e furiosa com uma pegada garageira evidentemente influenciada por bandas de seus conterrâneos nova-iorquinos The Velvet Underground e Ramones. As onze faixas do disco mostram muita coesão sonora e na maioria de suas letras, o vocalista e letrista Julian Casablancas nos remete a crises existenciais e relacionamentos amorosos desiquilibrados. Uma temática lírica extremamente necessária e que em outras palavras caiu como uma luva nas guitarras arrastadas de Albert Hammond. Jr, acompanhados dos riffs pegajosos de Nick Valensi, que provavelmente passou sua juventude ouvindo discos do The Cars. Melodias das quais somadas também as linhas de baixo extremamente precisas de Nikolai Fraiture marteladas pela bateria do italo-brasileiro Fabrizio Moretti se transformariam em hits da nova geração indie rock que se desencadearia a partir dos anos 2000 acompanhada de bandas como The Hives, The Vines e The White Stripes. Um bom exemplo da qualidade instrumental da banda se dá na canção Take It Or Leave It que encerra o disco com uma vontade iminente de escutar o álbum todo novamente. Vale lembrar que o disco foi considerado o álbum da década pelo semanário inglês NME e que em pouco tempo aclamou a banda por todo o mundo.

Escute: Hard To Explain.

P.S.: A banda será a principal atração do Festival Planeta Terra desse ano que ocorrerá no dia 5 de novembro e que contará também com bandas como Beady Eye, White Lies, Pete Bjorn & John, etc...

Recomeço?

Senti a necessidade de recomeçar algumas coisas em minha pacata vida... Dentre elas me decidi por começar um novo blog. Quem sabe dessa vez eu possa usar esse espaço que poucas cabeças irão ler pra desabafar ou tentar expor o que eu julgo conhecer sobre filmes, música e literatura? Das dezenas de blogs que tive poucos duraram e os que ainda estão na ativa quase nunca são atualizados... Parece mais que os blogs se tornaram pra mim aquelas nostálgicas agendas que comprávamos anualmente e que utilizávamos como diário ou mesmo para se guardar coisas especiais ou mesmo meras lembranças que acabavam engavetados depois de um tempo. Que esse blog não sofra o mesmo "destino" dos demais! De toda maneira, aqui vou eu!